segunda-feira, 28 de março de 2011

Estatutos, Suspeição e a Fragilização do Sporting

Julgo que é claro para todos, e agora ainda mais, que os estatutos do Sporting estão ultrapassados e que a sua alteração deverá ser uma das primeiras medidas a tomar. Bruno de Carvalho já tinha aludido para tal facto antes das eleições, anunciando-a como uma das suas primeiras posições na liderança do Sporting. Em democracia, o meu voto como cidadão tem o mesmo valor que o voto de um cidadão com o triplo da minha idade e apesar de concordar que se possa estabelecer uma diferença entre os associados de um clube, nunca poderá atingir valores tão díspares como de 25 para 1, senão estaremos sempre ligados ao conservadorismo e ao conflito geracional. Depois, a centralização do acto eleitoral e o método de contagem dos votos é tão provinciano que espelha mais uma vez a péssima linha de continuidade que temos vindo a assistir nos últimos 15 anos. Ainda de referir que, para bem do Sporting, um candidato, tal como um Presidente da República, só deveria ser eleito por maioria absoluta num claro e inequívoco sentido de voto dos seus associados, originando as voltas que fossem necessárias para uma vitória maioritária e unificadora. A questão dos estatutos ganha maior relevância quando há uma vitória reduzidíssima de um candidato sem qualquer tipo de maioria, numa eleição por cabeça de voto.


Além da fragilidade eleitoral, há uma clara suspeição sobre os resultados eleitorais. Senão, como se explica que todas as sondagens antes e durante as eleições davam uma clara vantagem a Bruno de Carvalho e apenas em cinco minutos se dá um volte-face? Porque razão Rogério Alves, membro da aparente lista derrotada, assumiu a vitória de Bruno de Carvalho pessoalmente e em público? E o polémico Eduardo Barroso poderia alguma vez ter ganho como elo mais fraco da sua candidatura sem a vitória do seu presidente? E a incongruência do número de votos finais? A verdade até pode ser a maior legalidade desta eleição, mas uma coisa é certa, há uma enorme suspeição sobre a manipulação dos resultados e contra isso o Sporting deve reagir com medidas totalmente esclarecedoras. Um novo acto eleitoral iria devolver a transparência e fortalecer a estrutura que está mais do que dependente de um futuro imediato e próspero, sem bolas na barra e com tiros certeiros.


Para aqueles que votaram em Godinho Lopes, e aparentemente atribuíram mais uma vitória à continuidade, peço para assumirem as vossas responsabilidades num Sporting fragilizado, endividado e dependente da Banca, distante competitivamente dos seus rivais, separado emocionalmente dos seus adeptos e associados e sem valores e princípios respeitadores do meu sportinguismo.


Quero um “Sporting Unido” mas esta união não é cega e não pode ser vivida a todo o custo. Não me revejo minimamente numa cultura sportinguista da continuidade derrotista e elitista, porque quero um Sporting sem Complexos, muito menos com minorias eleitorais de um presidente, porque o Sporting Somos Todos Nós e a maioria elege a mudança!

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