domingo, 29 de novembro de 2009

Afinal quem é o mestre da táctica?

Rui Santos há umas semanas atrás referiu-se a Jorge Jesus como sendo o mestre da táctica em Portugal! Tal como outras correntes ideológicas muitas vezes discutíveis por este jornalista, esta também começou a difundir-se no seio futebolístico. No entanto, quem viu o empate a zeros dos eternos rivais no jogo de ontem viu um Sporting renovado para melhor, com uma estratégia imposta por Carvalhal assente na consistência defensiva, proximidade entre sectores e o ingrediente que faltava na era Bentista recente: a atitude!

Para tal, tornou-se importante a titularidade de Caneira no lado esquerdo da defesa, lembrando a primeira época de Paulo Bento que com Abel, Tonel, Polga e Caneira foram uma das defesas menos batidas da Europa, e o ingresso de Adrien no meio-campo, possibilitando a criação de um triângulo no meio-campo consistente defensivamente e com enorme capacidade de posse de bola constituído por Adrien, Moutinho e Veloso, fazendo-me recordar com as devidas distãncias o tridente centrocampista do Barça. À sua frente, Matias Fernandez com a função de organizador e desequilibrador de jogo, cabendo-lhe os movimentos para o centro e esquerda do ataque, complementados pelos movimentos em diagonal de Vukcevic pela direita. Liedson na frente fez o que sabe e a que está habituado, principalmente contra o Benfica.
Nesta descrição, podemos perceber uma das boas ideias implementadas por Carvalhal. Cada jogador na sua respectiva posição integrado num colectivo coeso e unido, integrando Adrien como médio-defensivo onde rende mais, dando maior liberdade central a Moutinho buscando as suas qualidades de recuperador e organizador de jogo de trás para a frente, aproveitando a capacidade de recuperação, transporte e cruzamento de bolas pelo magnífico pé esquerdo de Veloso e colocando Vukcevic na posição que mais gosta de jogar, médio-ala direito. O resultado foi a vitória táctica de Carvalhal sobre Jorge Jesus, mostrando um Sporting dominador em grande parte do encontro perante um Benfica em clara diminuição de intensidade competitiva, sendo as melhores oportunidades do jogo pertencentes ao Sporting, por Polga, Liedson e Veloso.
Posto isto, o resultado mais justo seria a vitória leonina, no entanto esse resultado não foi possível, sendo de realçar neste momento a capacidade de recuperação e renovação da equipa leonina que começa a evidenciar sinais de um futuro promissor às ordens de Carvalhal, tanto pela melhoria da organização da equipa como do apoio da massa associativa e adepta que foi incansável do princípio ao fim do jogo. Agora basta manter este apoio, e continuar a acreditar no trabalho sério de uma nova estrutura que precisa de tempo e ambiente saudável para colocar em prática a sua filosofia.

Por um Sporting Unido!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Tempo de acalmia: até quando?

Nova estrutura do futebol. Primeira vitória do novo treinador. O abraço entre José Eduardo Bettencourt e Luís Filipe Vieira. Enfim, a tranquilidade! Ou será apenas aparente?

Na estrutura do futebol, as movimentações acalmaram, mas julgo que ainda estão em aberto duas vagas. Primeiro, para ocupar a vaga de Miguel Ribeiro Telles. Segundo, porque Sá Pinto já confirmou que as suas funções não incluem a escolha do treinador ou jogadores, parecendo exercer a real ponte entre a administração e o balneário, sendo uma voz mais efectiva do Sporting em comparação com o seu antecessor Pedro Barbosa. Agrada-me! No entanto, falta uma figura conhecedora do mercado futebolístico com capacidade para descoberta de novos talentos numa relação preço-qualidade favorável, admitindo as limitações financeiras do clube. Continuo a suspirar por Luís Freitas Lobo…

A vitória do novo treinador, mesmo com um resultado dilatado, foi perante um adversário modesto, ainda para mais demonstrando ainda as graves lacunas do período Bentista. A equipa continua a abrir imensos espaços entrelinhas, falta-lhe coesão, maior proximidade entre jogadores e maior agressividade saudável na recuperação e troca de bola. No entanto, julgo que a aposta em Carvalhal começa a mostrar os primeiros sinais positivos. A equipa vai deixar de actuar apenas em 4-4-2 losango e passar a adoptar um novo sistema, o 4-3-3, dando uma nova actualização ao futebol leonino e aumentando os níveis motivacionais. As palavras de Carvalhal e os rumores do mercado leonino apontam nesse sentido, falando-se em nomes como Danny, Quaresma e Bajrami que poderiam alargar a frente de ataque. O iminente regresso de Izmailov poderá ser uma mais-valia também neste sistema.

Hoje julgo ter visto um abraço entre os dois presidentes dos eternos rivais lisboetas. Se não foi um abraço, senti uma maior proximidade entre os clubes num sinal de pacto de paz após os incidentes no último campeonato de juniores. É de salutar este tipo de atitudes, afinal de contas a promoção do futebol depende da vontade expressa de todos num sentido único! Mas, até quando? Falta a escolha do árbitro para o jogo de sábado e, por breves momentos, há um silêncio nos jogadores e treinadores.

Tenho um feeling que os mind games irão rebentar, e a acalmia terminar…

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"Virou um ciclo. Paulo Bento saiu de forma digna e é com os que cá estão que temos de trabalhar e fortalecer o Sporting. Sinto que é hora de dar o salto em frente para fazer e construir"

"o Sporting está cada vez mais unido"

"Se todos puxarem no mesmo sentido, todos saberão por que o Sporting é um clube diferente"

José Eduardo Bettencourt, 23/11/09

Obrigado presidente, pela divulgação!
:)

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Já cheira a catinga!

Já estamos a caminho da África do Sul, numa noite em que interpretámos com mestria o hino nacional!

Sempre acreditei que seriamos os “heróis do mar” liderados por um homem ao leme de grande competência profissional, Carlos Queiroz, em detrimento de um líder de emoções que realizou um grande trabalho, mas com poucas bases técnico-tácticas, o mister Scolari. Contra os canhões, marchar, marchar...

Viva Portugal!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Carlos Carvalhal: o treinador das “boas entradas”!

Em dez dias o Sporting cumpriu com a mudança na estrutura do futebol desejada por mim há algumas semanas. Se mudou para melhor, ainda não saberemos, apenas poderemos conjecturar!

Na direcção do futebol, Ricardo Sá Pinto substitui o amorfo Pedro Barbosa, ficando sem dúvida a ganhar na garra, determinação e relações públicas com a massa adepta, associativa e comunicação social. No entanto, continuo a dizer que este cargo exige mais do que capacidade expressiva e afectiva, necessita de conhecimentos no mercado futebolístico e para isso terá de existir uma solução de complementaridade que gostaria muito que fosse Luís Freitas Lobo, apesar de já ter declinado o convite publicamente.

Enquanto não surge esse nome, continuamos a assistir a um festival de novos cargos com títulos pomposos, aos quais não compreendo a funcionalidade. Desta vez o cargo de “Team Manager” vai para Miguel Salema Garção. Espero que o tempo mostre a importância deste cargo!

Para a equipa técnica, esfumou-se a hipótese mais desejada por mim, André Villas-Boas, numa tentativa fracassada que talvez ainda faça correr muita tinta no final da época, e recrutaram-se os serviços do técnico Carlos Carvalhal.

Numa altura de grave crise no futebol do Sporting, haveria duas hipóteses para a escolha do treinador conforme disse há uns dias: ou a presença de um técnico ambicioso e jovem que transportasse consigo uma onda motivadora em torno dos sportinguistas (André Villas-Boas) ou a aquisição de um técnico maduro e conquistador de vitórias recentes (Manuel José).

Para mim, Carlos Carvalhal pode ser mais um tiro nos pés, porque abdicámos da escolha de um treinador incontestável por um treinador demitido recentemente do Marítimo e com um percurso recente instável. Não estou a dizer que Carvalhal não fará um bom trabalho, sempre achei que seria um dos bons treinadores portugueses e uma das apostas para um grande a médio-prazo, mas julgo que o timming da contratação não foi correcto e tanto clube como treinador podem sofrer com isso.

De destacar ainda a promoção do treinador dos juniores José Lima, pois numa altura em que o dinheiro não abunda, nada melhor do que promover progressivamente juniores de qualidade aos seniores com o aval do treinador que melhor os conhece. Boa aposta!

Enfim, tal como deseja o “nosso” novo treinador, vamos apoiar a nova estrutura directiva e técnica independentemente das preferências pessoais, e assim daremos quinze a zero aos nossos eternos rivais.

Por um Sporting Unido!

sábado, 7 de novembro de 2009

Bento da mudança!

Estive durante algum tempo ausente por motivos profissionais, mas até ontem o título do último texto (Mais do Mesmo!) assentava que nem uma luva, sendo doentio demais elaborar o diagnóstico do Sporting actual e verificar uma total inércia do dirigismo e técnicos leoninos.

Felizmente, ontem existiram novidades, chegando-se à conclusão que já tinha tido há umas semanas, com o fim de ciclo de Paulo Bento e dos responsáveis da estrutura de futebol do Sporting, Pedro Barbosa e Ribeiro Telles.

Como não percebi bem o papel desempenhado por Barbosa e Telles, resta-me agradecer o trabalho meritório de Paulo Bento durante 4 anos de Sporting, conseguindo bons resultados com plantéis limitados e inserindo-se na filosofia economicista do Sporting com grande coragem. Porém, esta limitação constante de ano para ano foi um dos seus pecados capitais, mostrando-se incapaz de inverter a fraca qualidade exibicional e de resultados, aumentando a contestação em torno da sua figura e conduzindo a uma situação de ruptura inevitável. Paulo Bento pode até ser campeão noutro clube português, tem capacidade para isso, mas neste momento revelava as suas limitações próprias de um treinador recente e já tinha uma imagem desgastada com um sistema usado e abusado. A mudança foi a melhor solução, como o próprio reconheceu!

Neste momento, José Eduardo Bettencourt deveria demitir-se e candidatar-se de novo ao cargo, unicamente porque colou a sua imagem de campanha a um treinador extinto do cargo, e para silenciar as vozes da oposição sobre uma eventual inversão dos 90 por cento de votos. Por mim, mantém o lugar, pela inteligência, discurso, capacidade de mobilização de sócios e adeptos e continuidade dos projectos de reestruturação financeira e pavilhão do clube.

Para director desportivo, recuso o regresso ao passado de Carlos Freitas e mais um tiro no escuro com a promoção de Sá Pinto. Precisamos de um homem de personalidade forte, que blinde o balneário e que tenha grande poder negocial no mercado futebolístico.

Na sucessão do treinador, já há vários nomes ventilados, e quanto a isso também tenho as minhas preferências. Villas Boas, por uma questão de feeling, tal e qual como tive quando foi apresentado na Académica e sobre a qual teci o seguinte comentário neste blogue:

“Não posso tecer considerações racionais sobre a capacidade do novo treinador, apenas posso falar por intuição. E a intuição deixa-me confiante num futuro promissor com este treinador, pela idade, pelo percurso associado às grandes conquistas de José Mourinho e pelo discurso ambicioso na sua apresentação oficial na Académica.”

O que é certo é que Villas Boas organizou a equipa da Briosa em duas semanas e mostrou um futebol consistente e competitivo como há muito não via na também minha Académica. Nem nos tempos de Domingos!

Até poderá ser uma aposta de enorme risco, afinal de contas este treinador apenas ganhou na sombra de Mourinho, mas o Sporting precisa de um futebol mais alegre e dinâmico, podendo assim respirar da juventude do seu treinador. E quanto à inexperiência como treinador principal, qual a experiência de Mourinho quando foi aposta de risco e contestada no Benfica?

Se a aposta do presidente passar pela maturidade técnica, a minha sugestão passa por Manuel José, um treinador extremamente experiente e conhecedor do futebol português, com grande capacidade de conquista nos últimos anos.

Mas a minha aposta recai na New School :)