segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A identidade e o mérito alheio!

José Mourinho e Villas-Boas são dois rostos comuns. Ambos tiveram a escola de Bobby Robson. São jovens e fazem parte da nova vaga de treinadores portugueses. Trabalharam juntos nos maiores clubes europeus. Receberam convites para a liderança técnica do Sporting. Por qualquer razão não oficializaram e hoje são dois conquistadores em clubes diferentes!

Quis o destino que ambos triunfassem em clássicos das suas ligas no mesmo momento e com uma ideia de jogo semelhante. A identidade de jogo, a estrutura organizada e automatizada, o onze habitual e as mudanças cirúrgicas sem alteração do seu modelo são imagens de marca em ambas as equipas. De um lado temos Cristiano Ronaldo como estrela cintilante, do outro temos um imparável Hulk, e em ambos os casos temos jogadores fora de série que se destacam num colectivo forte. Jogam os jogadores em melhor forma e nas suas posições devidas, rentabilizando-se a estrutura no sentido do individual para o colectivo. O banco acrescenta qualidade e substitui com demonstração de integração no sistema de jogo. Os resultados aparecem!

No Sporting, a falta de qualidade não justifica as inúmeras mudanças na estrutura base, alterando os onzes de jogo para jogo e acima de tudo, o seu sistema. Desta forma, a identidade de jogo é uma miragem, as individualidades não sobressaem e os níveis exibicionais são bipolares.

Com as conquistas alheias podemos crescer e manter a identidade leonina, identidade essa que se perdeu desde que Paulo Bento venceu o seu título como treinador de Juniores do Sporting. Há quanto tempo não surge um talento da formação na estrutura profissional do Sporting?

A contenção orçamental não explica tudo e a organização, estabilidade, prospecção e formação são pedras basilares para o caminho do sucesso. Vale a pena pensar nisto…

2 comentários:

Anónimo disse...

Acho que o problema fundamental do Sporting, é que, não tendo os meios de investimento que têm FCP e SLB, ainda se julga um Grande, falando apenas no futebol, e já não o é há muito tempo.

A comunicação social ajuda a manter a chama sportinguista e os seus fiéis adeptos também, mas sejamos realistas, o orçamento do sporting é pouco mais de um terço relativamente aos outros dois, pode-se esperar mais assim?

Há dias no "visão de Mercado" falava-se que o Sporting em poucos anos, teria orçamentos e investimentos mais comparáveis ao V Guimarães e ao SP. Braga, e que teoricamente iria lutar com eles por um terceiro lugar, salvo rara época em que no plano desportivo as coisas correm bem, visto que os outros dois já estão noutro campeonato.

Há 11 anos atrás quando o SCP foi campeão ao fim de quase 2 décadas de jejum, ainda tinha estrutura e financiamento para lutar contra os outros dois, hoje claramente não tem e isso na minha opinião deve-se a dois factores:

1) Incompetência diretiva - falta de planificação, de marketing, de meios de gerar receitas.
2) Falta de paciência com os jogadores, vendendo-os muito jovens e baratos. Acabam por ter o seu valor real já em outros clubes, casos de Ronaldo, Quaresma, Moutinho, etc

Eu gostaria que o SCP fosse um adversário sempre a contar nas contas do título, mas já não o é há muito tempo, e até nas conversas de café é cada vez mais terciarizado, motivo de troça ou até imagine-se motivo de compaixão e longe da guerra que chega a ultrapassar o aspecto futebolistico entre o Benfica e o Porto.

O que está a acontecer em Portugal é o que já ocorre na Espanha, onde cada vez será mais dificil haver um campeão diferente do Barça ou do Real, tal a diferença de orçamentos.. e de receitas. Ano passado o Barça e Real receberam 120 milhoes cada, de direitos televisivos, e os seguintes: Valencia, At. bilbau e At. madrid receberam cerca de 30 milhões. Assim não dá. Cria-se uma bipolaridade tal, insuportável para os demais clubes e é pena. É mais um efeito nefasto da globalização que chegou ao futebol.

Anónimo disse...

Eu gostaria que o SCP fosse um adversário sempre a contar nas contas do título, mas já não o é há muito tempo, e até nas conversas de café é cada vez mais terciarizado, motivo de troça ou até imagine-se motivo de compaixão e longe da guerra que chega a ultrapassar o aspecto futebolistico entre o Benfica e o Porto.

O que está a acontecer em Portugal é o que já ocorre na Espanha, onde cada vez será mais dificil haver um campeão diferente do Barça ou do Real, tal a diferença de orçamentos.. e de receitas. Ano passado o Barça e Real receberam 120 milhoes cada, de direitos televisivos, e os seguintes: Valencia, At. bilbau e At. madrid receberam cerca de 30 milhões. Assim não dá. Cria-se uma bipolaridade tal, insuportável para os demais clubes e é pena. É mais um efeito nefasto da globalização que chegou ao futebol.