
José Mourinho e Villas-Boas são dois rostos comuns. Ambos tiveram a escola de Bobby Robson. São jovens e fazem parte da nova vaga de treinadores portugueses. Trabalharam juntos nos maiores clubes europeus. Receberam convites para a liderança técnica do Sporting. Por qualquer razão não oficializaram e hoje são dois conquistadores em clubes diferentes!
Quis o destino que ambos triunfassem em clássicos das suas ligas no mesmo momento e com uma ideia de jogo semelhante. A identidade de jogo, a estrutura organizada e automatizada, o onze habitual e as mudanças cirúrgicas sem alteração do seu modelo são imagens de marca em ambas as equipas. De um lado temos Cristiano Ronaldo como estrela cintilante, do outro temos um imparável Hulk, e em ambos os casos temos jogadores fora de série que se destacam num colectivo forte. Jogam os jogadores em melhor forma e nas suas posições devidas, rentabilizando-se a estrutura no sentido do individual para o colectivo. O banco acrescenta qualidade e substitui com demonstração de integração no sistema de jogo. Os resultados aparecem!
No Sporting, a falta de qualidade não justifica as inúmeras mudanças na estrutura base, alterando os onzes de jogo para jogo e acima de tudo, o seu sistema. Desta forma, a identidade de jogo é uma miragem, as individualidades não sobressaem e os níveis exibicionais são bipolares.
Com as conquistas alheias podemos crescer e manter a identidade leonina, identidade essa que se perdeu desde que Paulo Bento venceu o seu título como treinador de Juniores do Sporting. Há quanto tempo não surge um talento da formação na estrutura profissional do Sporting?
A contenção orçamental não explica tudo e a organização, estabilidade, prospecção e formação são pedras basilares para o caminho do sucesso. Vale a pena pensar nisto…